Ansiedade no Trabalho: como a empresa pode ajudar?

Ansiedade no Trabalho: como a empresa pode ajudar?

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Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que o Brasil é o país mais ansioso da América Latina. E isso reflete também em altos níveis de ansiedade no trabalho, que é desencadeada por diversos motivos nas organizações.

Por mais que a ansiedade seja uma resposta natural do corpo, necessária para a sobrevivência humana, em alguns casos começa a se tornar um problema que afeta a qualidade de vida da pessoa. Em contextos como esse é preciso ficar atento para prevenir e tratar quadros mais graves.

Infelizmente, a ansiedade no trabalho já se tornou a realidade de muitos profissionais que, por diferentes motivos, acabam desenvolvendo o transtorno. Em uma realidade em que por volta de 33% da população mundial sofre de ansiedade, é preciso falar sobre este problema.

Neste artigo, você poderá conferir todas as informações sobre o assunto e como a sua empresa pode se posicionar e agir em relação à ansiedade no trabalho. Continue a leitura para conferir!

O que é ansiedade?

É importante ressaltar que a ansiedade é um sentimento normal, que faz parte da vida dos seres humanos. A ansiedade comum é necessária para situações de risco e tomadas de decisões. É normal, por exemplo, ficar ansioso antes de uma prova ou entrevista, mas depois que esse evento acaba, o sentimento se vai também.

Por outro lado, o transtorno de ansiedade se caracteriza por uma preocupação excessiva contínua em situações cotidianas, ou seja, a ansiedade passa a fazer parte do dia a dia da pessoa. Nas crises, muitos têm sintomas físicos, como elevação da frequência cardíaca, náuseas, diarreia, respiração rápida e sudorese.

Nesses casos, a ansiedade já não está em níveis adequados e pode atrapalhar a vida da pessoa tanto em esfera pessoal como profissional. Portanto, é necessário buscar ajuda e tratamento para que o quadro não se agrave ainda mais.

Quais são as causas da ansiedade no trabalho?

O transtorno de ansiedade pode ter diferentes causas e, nem sempre, está diretamente relacionado à carreira de alguma forma. Como neste artigo vamos focar na ansiedade no trabalho, agora é importante entender quais são as possíveis causas que levam a este problema no dia a dia profissional.

No geral, estamos vivendo na era da produtividade e cargas de trabalho excessivas, que podem levar muitos profissionais à exaustão. Assim, a busca incessante pela perfeição e a preocupação com a concorrência podem se tornar grandes gatilhos de ansiedade.

Além disso, há fatores externos, como crises econômicas que também podem gerar um sentimento de extrema tensão devido ao medo constante de ser demitido e perder a renda.

Entre os principais gatilhos que podem ocasionar a ansiedade no trabalho, podemos citar:

  • excesso de responsabilidades;
  • metas inatingíveis;
  • prazos muito curtos para as entregas;
  • comunicação agressiva;
  • sobrecarga de horas de trabalho;
  • instabilidades econômicas.
    Diante das causas internas, ou seja, que fazem parte do dia a dia de trabalho, fica claro que os principais fatores que podem contribuir para o desenvolvimento de quadros de ansiedade estão relacionados à falta de equilíbrio e bem-estar dentro das empresas.

Infelizmente, por mais que muitos avanços já tenham sido conquistados, muitas organizações ainda negligenciam os efeitos nocivos do descuido com a saúde mental dos colaboradores.

Os principais sintomas da ansiedade

É necessário ficar de olho em sinais e sintomas que podem ajudar a identificar quando uma pessoa está sofrendo com um transtorno de ansiedade e precisa de ajuda.

Devido ao tabu que ainda existe sobre o tema, muita gente tem vergonha ou medo de procurar tratamento, portanto, quanto mais atenta estiver a empresa, mais fácil será lidar com os quadros de ansiedade no trabalho.

  • Sintomas físicos
  • taquicardia;
  • contração gástrica;
  • dificuldades respiratórias;
  • sudorese;
  • boca seca;
  • náuseas ou vômitos;
  • dor de cabeça;
  • diarreia;
  • tonturas ou vertigens;
  • zumbido nos ouvidos.
  • Sintomas psicológicos
  • apreensão;
  • medo excessivo;
  • inquietação;insônia;
  • incapacidade de relaxar;
  • pensamentos catastróficos;
  • preocupação com desgraças futuras.
  • Tratamentos para a ansiedade

Vale ter em mente que o diagnóstico da ansiedade é clínico, ou seja, baseado na análise dos sintomas. Visto que muitas pessoas têm sintomas físicos, o médico pode pedir alguns testes para descartar outras doenças.

O tratamento varia muito conforme cada quadro, mas costuma incluir psicoterapia, cultivo de hábitos saudáveis e terapias complementares. Em alguns casos, pode ser necessário tratar com medicação, mas não é uma regra.

Ansiedade na pandemia

Quando estamos falando sobre fatores externos que podem interferir no equilíbrio emocional das pessoas, não podemos deixar de citar os efeitos colaterais causados pela pandemia.

Um estudo realizado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ) e publicado pela revista The Lancet, apontou que o isolamento social e a pandemia impactaram (e muito) a saúde mental das pessoas.

Os casos de depressão tiveram um aumento de 90% e o número de pessoas que relataram sintomas como crises de ansiedade e estresse agudo mais do que dobrou entre março e abril de 2020.

Nas empresas, tudo mudou de repente, pois muitas precisaram adotar o regime home office e os colaboradores foram obrigados a se adaptar. A nova realidade trouxe, além do isolamento social, novas formas de se comunicar e trabalhar, o que também contribuiu para o aumento da ansiedade no trabalho.

Muitas pessoas relataram exaustão, que estavam trabalhando mais do que antes da pandemia e se sentiam fatigadas com o excesso de videoconferências. Vale ressaltar que o home office durante a pandemia é totalmente diferente de um home office em condições normais de vida, por isso, muitos encontraram dificuldades para se adaptar.

Sem contar o medo de ser demitido, que se tornou uma triste realidade para muitos que ficaram desempregados durante a pandemia e precisaram se reinventar.

Por que prevenir e tratar a ansiedade no trabalho?
Infelizmente, algumas empresas ainda têm uma mentalidade ultrapassada e ignoram o fato de que transtornos de saúde mental afetam (e muito) não apenas os colaboradores, mas o crescimento da organização como um todo. Não se trata de um problema apenas da pessoa que sofre com a doença, mas sim de uma questão que interfere na balança financeira e desenvolvimento da empresa.

Segundo o INSS, mais de 200 mil brasileiros foram afastados do mercado de trabalho e 2017 devido a transtornos mentais. Já parou para pensar em quanto as empresas perdem com isso? Por volta de R$207 bilhões é o valor perdido pelas organizações devido ao adoecimento psicológico, faltas e baixa produtividade.

É por isso que prevenir e tratar a ansiedade no trabalho é uma responsabilidade de todos e deve ser uma questão analisada com muito cuidado.

Toda vez que um colaborador adoece, pode ter sua motivação e produtividade reduzidas. Em casos mais graves, a necessidade de afastamento temporário acaba ocasionando na necessidade de substituir o profissional e, muitas vezes, isso pode ocasionar uma sobrecarga de trabalho para outros colaboradores.

Fica claro, portanto, que ninguém sai ganhando. Quanto antes as empresas se atentarem às necessidades de viés psicológico, melhor será para todos os envolvidos no crescimento da organização.

Como já foi citado anteriormente ao longo do artigo, a ansiedade no trabalho pode ter tanto gatilhos internos como externos. Na maioria dos casos, é comum que o transtorno seja desencadeado por questões internas, como excesso de responsabilidades e metas inatingíveis.

Pensando nisso, é importante focar na construção de um ambiente corporativo mais saudável e que preze o bem-estar. Para isso, confira algumas ideias de ações que podem ser implementadas na sua empresa: